Fiquei louco quando vi o comercial sem trilha em que a Sprite pede pra "nós" criarmos o comercial que viria a compor aquele filme. Pensei: Fantástico! Quer mais Brand Experience do que isso? De cara já achei uma puta estratégia de comunicação, além do fato de eu perceber uma grande oportunidade pra mim enquanto produtor.
Fui atrás assim que pude e logo percebi que não era bem o que eu pensava. Caí na real: Porque a marca lançaria uma promoção como essa apenas para um pequeno público formado por músicos, produtores, etc? A resposta é: eles não fariam isso. Ao entrar no site e me inteirar sobre o concurso, percebi que o meu lampejo de felicidade fora em vão.
Só que para a grande parcela da população que gostaria de colocar um dedinho no comercial da Sprite o sonho estaria apenas começando.
Para participar, o candidato deve utilizar samples e loops já gravados e editados para montar a sua trilha na linha do tempo junto com o filme. Confesso que a ferramenta é bem interessante e que deve ter dado um trabalhão pra os produtores gravarem várias ideias com vários instrumentos para compor inúmeras possibilidades de trilha. Mas a grande questão é: o que o candidato faz não é criação. Era essa possibilidade que havia chamado a minha atenção na primeira vez que vi o comercial, mas pra mim, a trilha já está pronta e os meros mortais apenas brincarão de montar um quebra-cabeças musical.
Mesmo tendo ficado um pouco desapontado de maneira pessoal, acredito que a marca acerta ao lançar uma campanha como essa para o grande público. A facilidade para participar e a possibilidade de ter a "sua" trilha sendo veiculada em rede nacional é uma combinação atraente que no fim das contas, acaba favorecendo o refrigerante de limão e a turma da "Coca Cola Company".
